6º Encontro da Rede Araripe reúne agricultores e agricultoras experimentadores/as

Evento será realizado em Caldeirão Grande, no Piauí, durante dois dias para troca de saberes e reforço da agricultura familiare agroecologia no território do Araripe dos  estados de PE, PI e CE.

Em outubro, acontece 6º Encontro da Rede Araripe, promovido pela Rede de Agricultores e Agricultoras Experimentadores/as do Araripe, e apoiado pela Fundação Banco do Brasil e BNDES – através do projeto ECOFORTE Venda Certa II, na cidade de Caldeirão Grande, no Piauí, nos dias 25 e 26/10 e, nesta edição, é uma realização conjunta com a Prefeitura Municipal de Caldeirão Grande. O encontro também conta com um conjunto de parceiros: CAATINGA, CHAPADA, ACB-Crato, ICMBIO, Câmara de Vereadores/as de Caldeirão Grande,Secretaria Municipal de Agricultura de Caldeirão Grande, Prefeitura de Marcolândia/PI, entre outros. Essa é a primeira vez que o estado do PI recebe o evento, que já passou quatro vezes por Pernambuco e uma pelo Ceará. A expectativa dos organizadores é da presença de pelo menos 100 agricultores e agricultoras familiares, nos dois dias .

De acordo com Paulo Pedro de Carvalho, coordenador geral do CAATINGA, organização que assessora a rede, o objetivo dos encontros é a interação e troca de saberes entre os participantes. “A dinâmica deles é de troca de experiências sobre o Semiárido, a agroecologia e articulação e mobilização para atuação nos espaços de políticas públicas, desde os locais municipais desse grande território, até espaços estaduais e regionais”, explica. 

No primeiro dia, haverão debates sobre temas importantes para a agricultura familiar do Araripe,  trocas de sementes crioulas/agroecológicas, um terreiro de inovações, onde serão compartilhados conhecimento, experiências e práticas, além de apresentações de expressões culturais dos três estados do Araripe. Já no segundo dia do evento, os participantes irão fazer visitas de campo e práticas da agricultura familiar local, como a criação de animais, mandiocultura e quintais produtivos. Nos dois dias de encontro, os/as participantes também terão cinco opções de oficinas, como a de Certificação Orgânica Participativa – Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos, Acesso a Mercado Justo e Solidário, Saberes Tradicionais da Caatinga (raizeiros/plantas medicinais, benzedeiras/os e parteiras), Cultura da Mandioca no Araripe, e Alimentação Saudável, além de debates sobre agricultura familiar. 

Morador do Sítio Samambaia, em Araripina, Severino Vicente Neto irá pela terceira vez ao evento. “No encontro a gente troca conhecimento, ganha experiência, conhece novos agricultores”, diz. Agricultor familiar, ele explica a agroecologia como um ato de amor à família e ao meio ambiente. “A gente tem que começar de casa, com paz, harmonia, dedicação, preservando o meio ambiente. Se não tiver isso não é agroecologia. A gente tem que trabalhar beneficiando tanto a natureza quanto o próximo”, define. 

Ao final do evento, no dia 26, os integrantes do encontro irão assinar uma carta a fim de firmar a visão do grupo frente aos recentes acontecimentos relacionados à agricultura e à agroecologia na região e no país. “É uma carta da rede colocando algumas questões de preocupações com a atual situação da agricultura familiar, do meio ambiente. Queremos reforçar a diversidade, a importância econômica da agricultura familiar aqui na região, os diversos atores que fazem parte. Vai ser propositiva no sentido de ser um instrumento de todas as organizações, famílias, sindicatos, conselhos”, explica o coordenador geral do CAATINGA. 

O objetivo é de que a carta seja entregue aos representantes municipais e estaduais dos três estados presentes no Encontro, mas também, posteriormente, inclusive será um instrumento para o diálogo com os/as candidatos às eleições municipais de 2020.

 “O elemento central da rede e desse encontro é valorizar o conhecimento do agricultor e da agricultora familiar. Os técnicos das organizações e da sociedade civil que estarão presentes e que apóiam a rede vão também dialogar com esse saber popular, tradicional. A rede foi criada para fomentar a construção de novos saberes. Se chama Rede de Agricultores e Agricultoras Experimentadoras porque entendemos que experimentar é um processo permanente de construção de conhecimento. Para nós, esse saber [popular] é a ciência verdadeira para a vida.”, finaliza Paulo Pedro. 

 

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