Confira as previsões das chuvas para 2021

Por Helena Dias

No programa Agricultura Familiar em Debate transmitido nos dias 16 e 17 de janeiro deste ano, o CAATINGA trouxe os profetas das chuvas e a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) para conversar sobre as previsões das chuvas para 2021. Ainda no fim de 2020, o tema foi abordado focando nas experiências vivenciadas pelas famílias agricultoras, que apontavam um cenário de incertezas e aguardavam mais sinais da natureza.

Agora, passadas as datas do Dia de Santa Luzia e São Tomé, como também os encontros de profetas das chuvas no estado do Ceará, as análises populares são mais conclusivas. De acordo com o poeta e cantor, Zé Vicente, que é guardador de sementes e experiências de chuva, “há dois polos” de previsões para a estação chuvosa de 2021.

Ele lembra que as experiências se referem aos ângulos limitados das microrregiões em que estão localizados os profetas. “Uma turma acredita em um inverno tardio e limitado, talvez na faixa da média. Outros, acreditam também que será mais tarde, mas que vai ter chuvas em todos os meses. O consenso é que a nossa experiência não prevê um ano muito ruim, não”.

Para Zé Vicente, as transformações recentes do clima tem sido muitas e o esperado é “um mês ou dois de chuvas que deixem reserva de água para os trabalhadores que topam essa empreitada do cultivo, do cuidado com a produção dos alimentos e com os animais”.

Trimestralmente, a Agência Pernambucana de Águas e Clima (APAC) realiza uma reunião com outros centros de meteorologia estaduais e federais para elaborar previsões climáticas que tem como base as temperaturas dos oceanos e continentes. Também, programas de computadores que “simulam as condições atmosféricas”, como conta o doutor em metereologia da APAC, Roberto Pereira.

A última reunião aconteceu na primeira quinzena de dezembro e corresponde aos meses de janeiro, fevereiro e março. Para o sertão, as previsões apontam para uma quantidade de chuvas “abaixo do valor climatológico de 665 milímetros”, diz Roberto.

“Isto implica em dizer que ocorrerão chuvas, mas elas não serão tantas o quanto ocorre em anos considerados dentro da normalidade. Mas é importante que a população acompanhe as previsões diárias feitas pela APAC pois mesmo esperando chuvas abaixo do normal muita chuva em pouco tempo pode ocorrer”, acrescenta.

Entre as famílias agricultoras do Sertão do Araripe, onde o CAATINGA atua, há diversas experiências e interpretações. A agricultora Maria de Lourdes, do Sítio Abóbora, localizado no município de Trindade, acredita que o lugar terá um “inverno bom, graças a Deus”. Sua família, inclusive, já fez o plantio das produções.

“A mangueira florou bem, o cajueiro também, a aroeira, a emburana de cheiro. E pelos astros, a gente tem o dia 13 de dezembro que é o dia de Santa Luzia quando teve chuva e foi boa. O dia 21 de dezembro, que é o dia de São Tomé, foi muito também bom porque choveu. Tem a experiência que se visse relâmpago podia preparar as terras e nós estamos aqui de acordo com elas”, explica Lourdes.

Para o agricultor do Sítio Baixa dos Cândidos do município de Trindade, Raimundo Torres, a quadra chuvosa não será “muito firme”. Ele diz que pode ter muita chuva em alguns lugares e nenhuma chuva em outros.

“Eu espero que seja um inverno mediano pelas flores dos paus e do carreiro do feijão branco que carregaram um pouquinho. Mas eu só vou tirar essa certeza no dia 4 de fevereiro em diante. Eu espero o mês de fevereiro até o mês de abril ser fraco, pode ser que caia manga de chuva, porque a gente não duvida da natureza que é Deus quem faz”, afirma.

Estas e outras previsões você pode conferir no programa Agricultura Familiar em Debate veiculado nos dias 16 e 17 de janeiro de 2021. Acesse: https://bit.ly/progcaatinga16012021

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