Sertão do Araripe comemora a produção de algodão agroecológico deste ano

Texto publicado originalmente no site Studio Rural

Famílias agricultoras do município de Ouricuri e municípios da região do Araripe pernambucano, através da Ecoararipe e parceiras, estão engajadas no processo de produção do algodão nos sistemas agroecológicos nas dinâmicas de produção e experimentação participativa.

Entrevistada no Programa Domingo Rural do dia 18 de julho último, a agricultora e componente da Ecoararipe, Adeilma dos Santos Silva, falou sobre as dinâmicas trabalhadas nesta safra 2021 e garante que, mesmo com as limitações do inverno, vem por aí uma produção de algodão que já conta com mercado certo. “Mais uma vez a gente vai ter produção de algodão, claro que não vai ser aquela produção igual a do ano passado que foi uma produção muito boa em que a gente não esperava que chegasse a tanto e chegamos, mas esse ano, mesmo assim, vamos ter produção sim, e importante é isso, plantar e colher e não é só algodão, nossos agricultores vão colher um pouco de feijão, vão colher milho, gergelim, amendoim. Teve perda, mas não foi muito grande, foi descontrolada as chuvas aqui, mas mesmo assim vamos ter produção”, explica ao dialogar com os ouvintes Domingo Rural.

Adeilma explicou que uma característica de resistência é que as famílias agricultoras não desanimam o que faz com que contabilizem produção associada ao conjunto do aprendizado a partir dos conhecimentos compartilhados pelas entidades de assistência técnica em parceria. “O mais bacana é ver que os agricultores não desanimam, mesmo com uma safra pouca, mas os agricultores estão lá, firmes e fortes nos seus roçados, você chegas nos roçados e vê várias culturas plantadas no mesmo espaço dentro da questão do protocolo e esses agricultores viram que dar certo, que o caminho é esse de plantar em consórcio como o mais interessante”, explica.

Adeilma acrescentou que, mesmo neste período de pandemia, foi possível desenvolver um trabalho de compartilhamento de conhecimentos através das Unidades de Aprendizados e Estudos onde as famílias trabalham experiências em suas unidades produtivas e em seguida compartilham esses conhecimentos através de encontros e intercâmbios, levando e trazendo sugestões. “Nós estamos fazendo várias trocas de experiências entre os agricultores mesmos, hoje a Ecoararipe tem as Unidades de Aprendizados e Estudos muito bacanas, os agricultores fazem as experiências em seus roçados, depois os demais vão até aquele roçado e faz verdadeiro estudo daquilo ali, vê a prática de como que é; na próxima já vai para um outro roçado pra ver se do jeito que um fez o outro está fazendo e ou se é o certo, está muito bacana mesmo”, comemora Adeilma. “E o mais bacana é que, quando a gente vai fazer uma visita a uma UAP dessas e que a gente chega lá, a gente vê que o agricultor tem inventado alguma coisa que desperta todo mundo”.

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