Olhares e práticas da juventude rural do Nordeste na Cúpula dos Povos

Jovens dos estados de Pernambuco, Ceará e Maranhão mostram suas experiências no Rio de Janeiro   Por Laudenice Oliveira (Centro Sabiá)     O olhar dos jovens rurais retratando o seu meio através da fotografia. Os fundos rotativos solidários e a preocupação com as mudanças climáticas expressadas nas práticas agrícolas da juventude rural. Estas e outras questões estarão em debate na Roda de Conversa dos jovens rurais do Nordeste que acontece no dia 16 de junho, às 11h30, na Tenda 25, durante a Cúpula dos Povos, evento paralelo a Rio + 20, no Rio de Janeiro. Olhares e Práticas da Juventude Rural no Contexto das Mudanças Climáticas é o tema da Roda de Conversa da moçada nordestina. Eles e elas vão acompanhados pelas organizações de assessoria: Centro Sabiá e Caatinga, de Pernambuco, Assema, do Maranhão, e Cetra, do Ceará. São 40 jovens quem saem nesta quarta-feira, dia 13, do Recife (PE), em direção ao Rio de Janeiro. Durante uma semana, eles e elas estarão vivenciando e trocando experiências com jovens de diversos países e regiões. “O momento é crítico, e, portanto, crucial para as discussões acerca da preservação ambiental. Nós da Assema acreditamos que os jovens precisam compreender o processo de discussão que gira em torno dessas temáticas, dialogando com a diversidade existente no mundo”, explica Linalva Cunha, técnica da Assema.  Para ela, essa é também uma oportunidade da juventude afinar seu senso crítico. Para a técnica do Cetra, Gleyciane Teles, este é um momento dos jovens e das jovens estarem antenados para os temas que tem a ver com a sustentabilidade, ter o olhar crítico para as discussões sobre economia verde e refletirem sobre o momento de estiagem pelo qual vem passando a região. “Esperamos que eles tenham esse olhar crítico sobre as discussões que lá serão apresentadas e que também deixem suas contribuições para a construção de um mundo mais sustentável  a partir das suas práticas e conhecimentos”, pontua Gleyciane. O jovem agricultor multiplicador da agroecologia Tone Cristiano Feliciano, do município de Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, é um dos jovens que estará participando da Cúpula dos Povos. “É um momento de felicidade e uma oportunidade que estamos tendo. Poder se envolver em um evento como esse que só se ouvia falar pela televisão, causa até uma ansiedade”, declara Tone. Para ele é importante a participação de jovens do meio rural para que as pessoas fiquem sabendo do que eles e elas estão fazendo na sua comunidade no seu município.“Queremos compartilhar o que estamos fazendo, mostrar que estamos nos organizando e mudando muita coisa na nossa região”, explica ele. Tone acredita que a experiência vai lhe trazer mais ganhos e experiências. “Eu acho que vou trazer muito mais coisa de lá, do que estou levando. Trazer idéias novas, algo novo que possa revolucionar ou melhorar o nosso trabalho, até porque lá vai ter uma grande quantidade de povos diferentes com novas ideias. Vai ser um momento ímpar e acredito que deslumbrante”, finaliza Cristiano. Os/as jovens participarão de toda a Cúpula dos Povos, realizada entre os dias 15 e 23 de junho, no Rio de Janeiro, evento que é paralelo a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio + 20. Apresentarão suas experiências na roda de conversa e participarão das diversas atividades programadas na Cúpula. A participação dos jovens na Cúpula dos Povos conta com o apoio da terre des homens schweiz, da Misereor, da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (Cese), União Europeia, Actionaid e do Fundo Itaú Social.   Experiências a serem apresentadas na Roda de Conversa pelos jovens: Projeto Terra Viva: Um Novo Olhar da Juventude para o Meio Rural (Ceará); Juventude Rural, Protagonismo em Movimento: Um Diálogo com as Mudanças Climáticas (Maranhão); Juventude Arte & cultura: Gerando Renda para os Jovens do Sertão (Pernambuco); Fundo Rotativo Solidário e Quintal Produtivo Mudam a Vida de Jovens Rurais (Pernambuco); Agricultura Agroflorestal Melhorando a Qualidade de Vida dos Jovens no Semiárido (Pernambuco).  

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