Recuperação de tecnologias melhora a vida de dezenas de famílias no Araripe Pernambucano

Poço da Comunidade da Abobreira, Ouricuri -PE foto: Íris Maria Pequenas ações como a recuperação de poços, cacimbas e chafarizes têm mudado a realidade de dezenas de famílias no Araripe Pernambucano. A iniciativa da Ong Caatinga com apoio da Actionaid Brasil está proporcionando o acesso à água em comunidades rurais que estão sendo penalizadas com a estiagem prolongada. É o caso da comunidade da Abobreira em Ouricuri, onde recentemente, foi recuperado o poço que atende esta e mais duas localidades próximas. Para Ana Cleide, agricultora que reside na comunidade, a recuperação do poço trouxe melhorias para a qualidade de vida das famílias. “Antes era muito ruim porque era seco. A água era de açude e era ruim, mas mesmo assim servia para consumo humano não só da Abobreira, mas de sítios vizinhos. Com a chegada do poço melhorou muito porque a gente começou a plantar verduras e frutas para consumo das nossas famílias. A água do poço é boa para consumo. Serve para beber e para produzir”, afirma. Até o momento mais de 80 famílias estão sendo beneficiadas com a recuperação de quatro poços nas comunidades da Abobreira e Jacaré em Ouricuri, em Santa Fé no município de Santa Filomena e no Pote em Santa Cruz. Além de um cacimbão na comunidade Umburana em Parnamirim e dois chafarizes na Fazenda Cruz em Ouricuri. Embora a seca seja um fenômeno natural e cíclico, são poucas as ações estruturantes que possibilitam garantia de armazenamento de água boa para as famílias do semiárido brasileiro. Para se ter uma ideia, com a estiagem prolongada que atinge a região desde meados de 2011, cerca de 115 municípios pernambucanos decretaram estado de emergência e recorreram a ações emergenciais como carros-pipa. De acordo com dados do Ministério da Integração Nacional, foram disponibilizados, somente para Pernambuco no final de 2012, 10 milhões de reais para socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais. Recurso, que poderia não ter sido necessário se antes, o Governo tivesse investido em ações estruturantes como construção de cisternas de placas, recuperação de barreiros, poços e outras tecnologias.  

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