Sociedade civil entrega documento com diretrizes de convivência com o Semiárido a governos e parlamentos

Por Assessoria de Comunicação da Fetape A atual situação das famílias agricultoras do Nordeste, que vivenciam as consequências da maior estiagem dos últimos 40 anos, tem comprovado a necessidade de que sejam implementadas ações estruturantes que possam estabelecer condições sustentáveis de convivência com o Semiárido. Diante dessa conjuntura, movimentos e organizações da sociedade civil produziram um conjunto de “Diretrizes de Convivência com o Semiárido”. O documento será entregue, na próxima quarta-feira (20/03), no Auditório G2 da Universidade Católica de Pernambuco, no Recife, aos governos e ao Poder Legislativo nos níveis municipais, estaduais e federal. O objetivo é contribuir com a construção de políticas públicas direcionadas a essa região. As diretrizes apresentadas estão relacionadas aos seguintes eixos: tecnologias sociais; fortalecimento da infraestrutura hídrica e saneamento; reforma agrária e regularização fundiária; política agrícola; assistência técnica e extensão rural; educação contextualizada; soberania e segurança alimentar e nutricional; meio ambiente; e povos e culturas. A decisão de reunir parceiros para a construção desse documento foi do Movimento Sindical dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais, por meio da Fetape, e da Arquidiocese de Olinda e Recife. A produção do texto foi subsidiada pelas experiências de convivência com o Semiárido desenvolvidas pela sociedade civil, nos diferentes estados do Nordeste. “Temos a consciência de que as iniciativas estruturantes necessárias para a convivência com essa região não podem ser fragmentadas, isoladas. Elas precisam ser trabalhadas na perspectiva da complementariedade, de forma sistêmica e respeitando as características dos estados, a realidade cultural e os saberes de suas populações”, afirma o presidente da Fetape, Doriel Barros. A expectativa é de que sejam pactuados compromissos para a construção de uma nova realidade para o Semiárido. “A sociedade civil, que tem acúmulos nesse debate e traz experiências que comprovam essa possibilidade, precisa ver presente, nesse momento, pessoas e instituições que se comprometam com uma vida digna para as cerca de 25 milhões de pessoas que vivem nessa região”, completa Barros. Para o momento de entrega do documento, além de autoridades governamentais e parlamentares, são aguardados integrantes de organizações e movimentos sociais, bispos, padres, famílias agricultoras e lideranças sindicais, representando diferentes estados do Nordeste. A presidenta Dilma Rousseff recebeu um convite oficial para participar do evento, no ultimo dia 06, durante uma solenidade da Contag, em Brasília. No entanto, a sua presença ainda está sendo confirmada. “Pelo fato de o espaço ser pequeno, apenas convidados poderão participar desse evento. A ideia é que sejamos objetivos e cheguemos a um plano que provoque atitudes concretas e que acabe, de uma vez por todas, com esse sofrimento que se arrasta há anos”, explicou o coordenador arquidiocesano de Pastoral, padre Josenildo Tavares. Assinam o documento: Arquidiocese de Olinda e Recife, Contag, Federações dos Trabalhadores e Trabalhadoras Rurais dos nove estados do Nordeste, Sindicatos dos Trabalhadores Rurais, CUT/PE, ASA Brasil, Cáritas NE2, Centro Sabiá, Instituto Cidadania do Nordeste, CPT e MST. Os deputados Manoel Santos, de Pernambuco, e Francisco de Assis Quintans, da Paraíba, apoiam a iniciativa.    

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