Acompanhamento técnico ajuda produtores de Parnamirim a manter rebanho na estiagem
ADRS em prática de preparação de forragem para armazenamento Mesmo com a escassez de chuvas e pouca oferta de alimento para os animais, cerca de 150 criadores de caprinos e ovinos do município de Parnamirim mantiveram o rebanho e alguns até expandiram a produção. O bom resultado é fruto do trabalho de assistência técnica de jovens rurais da comunidade da Parede do Entremontes por meio do Projeto Fortalecimento da cadeia Produtiva da Ovinocaprinocultura do município de Parnamirim financiado pela Fundação Banco do Brasil e realizado pela Associação da comunidade em parceria com o Caatinga e Projeto Dom Helder Câmara. A iniciativa teve a duração de onze meses e segundo os jovens, o inicio foi difícil porque os produtores tinham receio de fornecer dados pessoais para o cadastro, entretanto com o apoio de líderes comunitários eles foram ganhando confiança e puderam realizar o trabalho. Para viabilizar as atividades, cada técnico acompanhava 30 famílias e contava com uma moto e kit para manejo de caprinos com burdizo, luvas, bisturi e outros utensílios. Os Agentes de Desenvolvimento Regional Sustentável (ADRS) atuavam na própria comunidade e em localidades circunvizinhas. No dia a dia, eles orientavam os criadores sobre o manejo, alimentação, controle e sanidade do rebanho, levando em consideração os períodos de estiagem como o que está em curso, como explica Gilberto Lima de Oliveira. “Os produtores não se acostumaram com a seca, ai a gente orientou o produtor a fazer feno, silagem e também a rotação com os animais: Vender os mais velhos e ficar com os mais novos”, explica o jovem técnico. “Eles olham tudo direitinho, tem cuidado e vacina. E nós queríamos que continuasse. Depois do acompanhamento dos técnicos a gente aprendeu como lidar melhor com os animais. No inicio a gente não acreditava muito no projeto, mas o técnico do Caatinga ajudou a animar a gente”, avalia a produtora Maria do Socorro que contou com o acompanhamento dos ADRS. Como resultado, hoje, vários produtores fazem melhor controle dos animais e estão trabalhando com ovino de corte, por exemplo. Na prática trabalham com engorda, comprando carneiro magro para engordar e vender. Os animais são comercializados na feira livre do município. “O projeto teve um bom resultado, porque o que nós orientávamos, os produtores faziam”, explica o ADRS, José Ênio. Benefícios para a comunidade O Projeto trouxe diversos benefícios para a comunidade, que além de gerenciar as atividades pôde manter e capacitar os jovens locais. A iniciativa gerou emprego, renda e ajudou na permanência dos jovens rurais no campo e teve ainda, um importante papel no fortalecimento da Associação da Parede do Entremontes e de sua autonomia. “Só de ter empregado 05 jovens na própria comunidade já foi um ganho grande. E teve também a ajuda aos produtores que aprenderam como cuidar dos animais. E ajudou muito a associação porque sabemos que isso não é o fim, mas uma nova estratégia, pois pensamos em renovar e vamos lutar por isso, porque enriquece o lugar e as famílias”, reflete a Presidente da Associação, Ivonete Clementino. Os jovens assessores receberam capacitação do técnico do Caatinga, Antonio Marcolino que supervisionou o Projeto. “O apoio do Caatinga e do PDHC foi essencial porque muitos não tinham a orientação de como fazer o trabalho nas comunidades e o técnico esteve aqui e abriu um leque de novos conhecimentos, além de ajudar na execução do Projeto dentro da comunidade. Hoje a gente tem capacidade de tocar o projeto, é claro que se tivermos dúvidas a gente vai procurar a instituição, mas hoje a gente pode encontrar um supervisor na própria comunidade”, revela o ADRS José Ênio. Preservação Em Parnamirim, a existência de uma vasta área de caatinga preservada tem contribuído para a manutenção dos rebanhos. Segundo os ADRS, em algumas comunidades assessoradas o produtor não tem de onde tirar pasto para os animais e eles se alimentam soltos na caatinga. Na comunidade de Tanque Novo, por exemplo, além da criação extensiva as famílias mantêm os animais graças a tecnologias de convivência com o Semiárido como cisternas de placas e poços.