No Sertão de Pernambuco, 56,25% das barragens estão em colapso

Dezoito das 32 barragens situadas no Sertão de Pernambuco estão em situação de colapso. A quantidade corresponde a 56,25% do total de reservatórios construídos para abastecer os 56 municípios da região, que enfrenta a pior seca dos últimos 60 anos. Dois dos maiores mananciais – o Entremontes, na cidade de Parnamirim, Sertão Central, e o Saco II, em Santa Maria da Boa Vista, Sertão do São Francisco – não recebem uma gota de água há pelo menos quatro meses. Já a barragem Engenheiro Francisco Sabóia, em Ibimirim, Sertão do Moxotó, a maior da área, está com apenas 17,3% da capacidade total de armazenamento, que é de 504 milhões de metros cúbicos. Os dados estão no último boletim da Agência Pernambucana de Águas e Climas (Apac), divulgado na sexta-feira (2). O órgão, responsável por fazer o monitoramento dos reservatórios do estado, também não traça um prognóstico otimista. A previsão para os próximos cinco meses é de manutenção da estiagem no Sertão, já que o período chuvoso na região ocorre entre os meses de janeiro e maio. Em Manari, no Sertão do Moxotó, a seca prolongada e a falta de água provocaram mudanças na vida do agricultor Luciano Josué Souza, 19 anos. As perdas no plantio fizeram a família dele passar a trabalhar com transporte escolar nos últimos dois anos para sobreviver. Em uma última tentativa, eles plantaram milho e feijão de corda na roça situada no Alto Vermelho, zona rural do município, e esperam para ver se vai “dar pé”. Situação em outras regiões do estado Diferentemente do Sertão, a situação das barragens situadas no Agreste, na Zona da Mata e Região Metropolitana não traz preocupação. A chuva dos últimos quatro meses nessas áreas fez com que os reservatórios ampliassem o volume de água. Sete mananciais estão sangrando, ou seja, ultrapassaram a capacidade máxima de armazenamento. É o caso de reservatório Inhumas, em Palmeirina, Agreste Meridional, que acumula um volume de 114,5%. Tapacurá, em São Lourenço da Mata, e Pirapama, no Cabo de Santo Agostinho, duas das principais barragens do Grande Recife, também estão com volume satisfatório, de 74,8% e 101,8%, respectivamente. Fonte: Alexandre Morais, Do G1 PE

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