Barreiro Trincheira: Uma tecnologia fruto da coletividade

Convivência! Essa é a palavra chave para a promoção de vida digna no Semiárido Brasileiro. E, nessa perspectiva várias redes e instituições como o Caatinga, vêm trabalhando junto às famílias agricultoras, formas de adaptar-se às condições de semiaridez da região. Ao invés de injetar tecnologia, técnicos e agricultores somam saberes para edificar alternativas de viver bem, em períodos de escassez de chuvas. Nesta conjuntura, o barreiro-trincheira fez o diferencial na vida das famílias do Semiárido. Adaptado pelo Caatinga entre o final dos anos 80 e inicio da década de 90, o barreiro foi sendo experimentado pelos agricultores familiares e técnicos que esperançosos aumentavam e reduziam a profundidade e extensão da tecnologia a fim de encontrar a forma mais adequada para o armazenamento da água. “O Caatinga inventou o jeito de fazer. As tecnologias são milenares. O trabalho da instituição é o de adaptar tecnologias para a realidade local junto aos agricultores familiares”, destacou o sócio-fundador do Caatinga e idealizador da tecnologia, Hermes Monteiro. Ele, junto com Maurício Aroucha, também sócio-fundador da instituição, fizeram as primeiras experiências do barreiro-trincheira no Sítio Lagoa do Urubu em Ouricuri, local que abriga o primeiro barreiro construído na região. Atualmente, o barreiro-trincheira é uma política pública e está sendo implantado em todo o semiárido através do programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) da Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). A tecnologia faz parte das ações do Caatinga, nestes 25 anos de existência. Barreiro-trincheira  Os barreiros trincheira são tanques longos, estreitos e fundos escavados no subsolo. Ele tem esse nome porque se parece muito com uma trincheira e serve para armazenar a água da chuva para matar a sede dos animais, e produzir alimentos. No barreiro é possível armazenar até 500 mil litros de água, o que equivale à água armazenada em dez cisternas-calçadão.  

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