Resgate histórico traz sentimento de alegria e emoção no último debate de aniversário do Caatinga
“Quero primeiramente agradecer a Deus por estamos aqui, permanecermos aqui e estar comemorando esses 25 anos de Caatinga e mais dois anos de CTA. Então são 27 anos de história, de trabalho e de parceria com os agricultores e agricultoras desse sertão. Quero agradecer a cada um, cada funcionário, a nossa equipe que vem colaborando com a continuidade do nosso trabalho e dizer que é uma honra, uma satisfação estar aqui com tantos amigos, com tantas pessoas queridas” essas foram as palavras e sentimentos de Eneida Moura, sócia-fundadora e mediadora da última mesa de debate do aniversário de 25 anos do Caatinga.
Com os mesmos sentimentos Hermes Monteiro, sócio-fundador; Telma Castelo, sócio-fundadora; Marcelino Lima, ex-Coordenador Geral e Reginaldo Alves, também ex-Coordenador Geral; foram os convidados para temática sobre a Rede PTA “Resgate da construção, caminhos a seguir”, nesse último sábado, 07, na Lagoa do Urubu, Ouricuri.
Telma Castelo Branco falou um pouco do que se tratava o Projeto de Tecnologias Alternativas, relembrou os principais objetivos, como era a organização e os desafios da época, além de ressaltar a importância dos primeiros agricultores e agricultoras que se formavam para a expansão do Centro de Tecnologias Alternativas de Ouricuri (CTA-O).
Depois do resgate historio, Hermes Monteiro refletiu sobre o trabalho do Caatinga e onde pretende-se chegar “Não é nosso papel mudar tudo ou atender a todos, mas devemos sempre buscar ser o referencial” afirmou o sócio-fundador. Ele também avaliou alguns avanços em relação ao acesso a água e a necessidade de continuar aprimorando a assessoria na criação de pequenos animais.
O ex-Coordenador Geral, Marcelino Lima, relembrou as dificuldade do inicio, em que não havia tantos recursos e mesmo assim faziam diferença ao trabalhar o conceito de “Agricultura Alternativa”, hoje conceituada como Agroecologia. “Para alguns a Agroecologia é uma filosofia, outros defendem que é um sistema ou uma ciência. Mas na realidade a Agroecologia se torna uma opção de vida” resaltou Marcelino que em seguida agradeceu a experiência que teve dentro da instituição e o convívio com pessoas de referência. “O Caatinga é toda a base que foi criada nas comunidades rurais, toda base política. E o que sustentou o Caatinga de fato foram as pessoas que passaram por aqui”.
Já Reginaldo Alves, que entrou no Caatinga como estagiário, trouxe uma visão diferente daqueles que iniciaram o projeto. Na visão de aprendiz, Reginaldo Alves, relembrou o quanto aprendeu com a instituição sobre o conceito de convivência com o semiárido, quando ainda não se falava disso. Segundo ele o Caatinga se tornou referência em tecnologia e convivência com o semiárido, além de levar a luta por políticas públicas para as áreas rurais; e que hoje a ONG tem influenciado o governo, o que é uma conquista a ser comemorada nesses 25 anos de lutas.
Após as falas da mesa, a mediadora Eneida Moura, convidou alguns personagens dessa história para darem seus depoimentos, como o agricultor e professor, José Aparecido, conhecido por Cidinho. Muitos foram colaborando com suas falas, relatando o que foi construído e os caminhos que deve-se seguir na luta pela Agroecologia e pela expansão do conceito de se trabalhar a convivência com a seca, nas diferentes áreas que se envolvem, como as tecnologias de convivência com semiárido, a educação contextualizada e políticas públicas voltadas para a zona rural.
Para fechar o último dia de comemoração, à noite Paulo Matrió cantou e encantou o público com sua música, além do recital de poesia com o poeta Caio Meneses e a homenagem do professor e filho de agricultor, Juarez Nunes, que recitou um cordel dedicado ao aniversário de 25 anos do Caatinga.