Atingidos e atingidas por barragens denunciam violação de direitos no Vale do São Francisco

Por Ascom MAB

Cerca de 300 mulheres atingidas por barragens ocuparam na manhã desta sexta feira (14 de março) a sede dos escritórios da Companhia Hidrelétrica de Sobradinho na cidade de Sobradinho-BA, a terra da Barragem. As manifestante cobram da Chesf/Governo a reparação dos direitos negados e violados com a construção da barragem de Sobradinho, o cancelamento dos dois projetos de barragem (Riacho Seco e Pedra Branca) planejados para região  e a criação da Política Nacional de Direito das Populações Atingidas por Barragens. As atingidas denunciam a violação dos direitos humanos recorrente na construção de barragens em todo Brasil. Direito estes, que foram constatados em estudo de casos de construção de barragens em todas as regiões do Brasil pela Comissão Especial “Atingidos por Barragens”, do Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH). O estudo comprova que a construção de barragens é uma violação dos direitos humanos, e as mulheres atingidas de forma particularmente são as que encontram maiores obstáculos para a recomposição dos meios de vida. “Nós não temos sido consideradas em nossas especificidades e dificuldades, que nos é particular. E por isso temos sido as principais vítimas dos processos de empobrecimento e marginalização decorrentes do planejamento, implantação e operação de barragens”.   Destacou uma das manifestantes. As barragens construídas na região do São Francisco não melhorou a vida dos atingidos, pelo contrario piorou, um exemplo concreto é a Barragem de Sobradinho que causou graves violações dos direitos humanos na vida das famílias atingidas em especial das mulheres. Hoje há mais de 35 anos após a construção da barragem a população atingida dos 05 municípios baianos (Sobradinho, Sento Sé, Casa Nova, Remanso e Pilão Arcado) tem seus direitos humanos fundamentais violados, grande parte da população sofre sem acesso à água, energia elétrica, moradia, estrada, comunicação, educação, cultura e lazer, condição digna de trabalho, dentre outros direitos necessários para a condição humana. Este ato faz parte da Jornada Nacional de lutas dos atingidos por barragens, contra as barragens, em defesa do meio ambiente e da vida. Participam do mesmo, mulheres, homens e crianças da região do São Francisco, todos e todas com o objetivo de denunciar as violações dos direitos humanos nas construções de barragens e exigir que o Estado Brasileiro pague a divida histórica que tem com a população atingida por barragem.

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