“Os jovens são a porta de expressão do movimento agroecológico”

Por Laudenice Oliveira e Sara Brito (Assessoria Centro Sabiá) e Elka Macedo (Assessoria Caatinga) Diverso e criativo como é a própria juventude. Cheio de beleza e fertilidade de ideias como é a natureza e como se vive na agroecologia. Assim foi o momento de apresentação das sistematizações das experiências vivenciadas pelos jovens e pelas jovens da Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes do Nordeste Rumo ao III ENA,  realizada ente os dias 25 a 29 de março. A apresentação aconteceu nesta sexta-feira, 28.  A moçada traduziu suas vivências de diversas formas: telejornal, teatro, desenhos, música e poesia. O olhar crítico e lúdico deu o tom das apresentações. Viveu-se emoções, indignação  e alegria. A Caravana se encerra logo mais à noite com uma confraternização onde não falta forró e animação. Para uma das coordenadoras da Caravana, Linalva Cunha, da Assema, os jovens e as jovens não poderiam ter  apresentado os resultados das rotas de forma tão transparente e criativa. “Se hoje tivesse aqui alguém que não acompanhou esses dias de atividades compreenderia perfeitamente o que foi a Caravana das Juventudes do Nordeste”, expressa Linalva. Para Francinaldo Matos da equipe de segurança alimentar e agroecologia  da Actionaid, uma das organizações realizadoras do evento,  o formato da Caravana tem a cara da juventude. “Esse formato diferente traz o perfil da juventude que é de transformação. A proposta de desenvolvimento da agroecologia se espalha muito com os jovens que conseguem renovar o movimento agroecológico”, afirma Francinaldo. Impactada pela realidade  que viu e conviveu nesses dias de Caravana, a jovem agricultura Rafaela Nascimento, do município de Bom Jardim, Agreste de Pernambuco, se emocionou na sua apresentação. “Eu me emocionei, porque  eu vi quase crianças organizadas em grupo jovem buscando mudar a sua realidade. Muitas vezes a gente tem o maior apoio aonde a gente tá e não faz o esforço que eles fazem”, relata. Já Janaina Ferraz, da coordenação do Evento, do Centro Sabiá, é impossível não se emocionar com o que a juventude conseguiu fazer e trazer para a Caravana. “A gente se emociona, a gente se alegra, porque tudo que se viu aqui é fruto da capacidade criativa e transformadora que a juventude tem”, avalia Janaina. Rumo ao III ENA Para além dos momentos de emoção e reflexão que marcaram os quatro dias de Caravana das Juventudes, o grupo reforçou o desejo de mostrar toda a energia e jovialidade durante o Encontro Nacional de Agroecologia, e para garantir a representação da juventude que esteve presente no evento, eles e elas decidiram elaborar uma carta solicitando à coordenação do III ENA uma porcentagem de vagas para os/as jovens rurais que participaram deste momento preparatório. Com uma avaliação positiva da Caravana, que segundo os jovens lhes possibilitou refletir sobre os impactos do “progresso” através do agronegócio e das grandes obras na região como também conhecer de perto a resistência do homem e da mulher do campo do Araripe que mesmo com períodos críticos de seca conseguem manter um sistema produtivo que garanta renda e alimento para a família, a ‘moçada’ saiu com o desafio de repassar os conhecimentos adquiridos para suas comunidades e dar continuidade a luta por um campo mais justo. É como disse  Francinaldo Matos: “Os jovens são a porta de expressão do movimento agroecológico”. Uma expressão que, com certeza, durante o III Encontro Nacional de Agroecologia se fará presente em Juazeiro da Bahia, entre os dias 16 a 19 de maio próximo. A Caravana Agroecológica e Cultural das Juventudes do Nordeste rumo ao III ENA é uma realização do Caatinga, Centro Sabiá, Assema, Cetra, Actionaid e terre des hommes. Participaram do evento 120  vindos da Paraíba, Maranhão, Bahia,  Ceará, Alagoas e Pernambuco.   Saiba mais sobre o III ENA acessando: www.agroecologia.org.br  

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