Tecnologia inovadora no Araripe é bem avaliada por agricultores/as familiares

Durante encontro realizado na última sexta-feira, 29, no Assentamento frei Damião em Santa Cruz, agricultores/as beneficiados com o bioágua falaram sobre os benefícios e dificuldades de uso desta tecnologia. Entre as vantagens, além do reuso da água e geração de renda através do cultivo de hortas e pomares, o grupo falou sobre a saúde. “Este não é só um sistema de reutilização de água, é também um sistema de saneamento, pois a água é tratada e reutilizada. Essa é uma tecnologia boa para a nossa saúde”, destaca a agricultora Socorro Neto, moradora da comunidade do Dourado, Parnamirim. Quando o assunto foram as dificuldades, o consenso foi de que esta é uma tecnologia inovadora para a região, e por isso precisaram ser feitas pequenas adaptações. “A tecnologia foi construída de acordo com a realidade de cada família. Com relação ao minhocário, nós temos muito o que aprender ainda sobre o manejo e utilização do húmus”, lembra o agricultor, Adão de Jesus Oliveira, da comunidade Agrovila Nova Esperança, Ouricuri ao se referir a criação das minhocas como forma de garantir o húmus que compõe uma das camadas do filtro do bioágua. O evento aconteceu na propriedade da família do agricultor Joãozito Jacó. O local possibilitou que além de ver o funcionamento do bioágua, os participantes pudessem caminhar pelo sítio e trocar conhecimentos sobre o cultivo de hortaliças e frutíferas e fazerem práticas como a cobertura morta. Ao final, foram acordados encaminhamentos para a partir da experimentação, acontecer a adaptação da tecnologia à realidade local. Entre os acordos está um intercâmbio para melhor conhecer o manejo de minhocas; a substituição de materiais utilizados no filtro do bioágua, como por exemplo, a troca do húmus pelo carvão. Além dos agricultores, o encontro contou com a presença de técnicas do Caatinga. Sobre a avaliação, o momento foi visto como muito rico pela Coordenadora do Programa de Agroecologia e Convivência do Caatinga, Irlânia Alencar, sobretudo pela proposta dos agricultores/as de influenciar para que o bioágua seja uma política pública. “Todas essas discussões têm importância para a caminhada, principalmente quando os agricultores/as colocam que é preciso melhorar e propõem, intercâmbio para que o bioágua seja aprimorado. Estamos construindo, e essa discussão é o que nos fortalece nessa luta”, reforça. Bioágua O bioágua é uma tecnologia desenvolvida pelo Projeto Dom Helder Câmara (PDHC) em parceria com o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), com colaboração do Fundo Internacional de Desenvolvimento da Agricultura (FIDA). A tecnologia foi implantada pela vez no estado do Rio Grande do Norte no ano de 2009. Até o momento foram implantados, pelo Caatinga com apoio do Instituto HSBC Solidariedade (IHS), 10 bioáguas no Araripe. Até o ano que vem, mais 10 famílias receberão a tecnologia através da parceria entre o Caatinga e a Petrobras, por meio do Projeto Novas Rendas Sertanejas.

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