Documentário traz reflexão sobre a importância das sementes crioulas e o papel das mulheres no desenvolvimento da agroecologia

Por Gabriel Ramos – comunicador da Ong Chapada Diante um cenário de produção convencional, a agroecologia surge como uma alternativa de produção familiar que possibilita que agricultores e agricultoras respeitem o meio ambiente, gerem renda, valorizem o trabalho da mulher e possibilitem à juventude a permanecia dela no campo, tudo isso com uma produção diversificada de alimentos saudáveis e livres de agrotóxicos. Como exemplo dessa produção justa e sustentável, no segundo dia do I  Encontro Estadual de Sementes Pernambuco, foi exibido o vídeodocumentário As Sementes (2015 , 30 min) que narra a trajetória de 4 agricultoras feministas e ativistas dos movimentos agroecológicos no Brasil, as quais promovem a soberania alimentar por meio da preservação das sementes crioulas/nativas. De acordo com a represente da ONG Casa da Mulher do Nordeste, Graciete Santos, o documentário traz a força da resistência e um conflito que se vive em uma sociedade que é preconceituosa, machista e capitalista. “Hoje as mulheres vivem uma luta pela opressão do capital e do sistema que se mistura com o patriarcado. Portanto, precisamos nos educar, e Paulo Freire já dizia ‘se educar mutuamente em diálogo nós homens e mulheres. ’” Uma das participantes do encontro, Lurdinha trouxe no debate do documentário uma reflexão sobre os cuidados com a terra que são retratados por uma das agricultoras protagonistas do filme e destacou a valorização da mulher. “A companheira trouxe no vídeo que quando você está plantando não é uma cova que está abrindo ali, mas um berço. Este tema é uma oportunidade aqui no evento para aprendermos a nos respeitar, respeitar a terra e às mulheres.” Dirigido pelo cineasta e economista Beto Novaes, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o filme foi inspirado no livro Mulheres e Agroecologia: transformando o campo, as florestas e as pessoas, que surgiu a partir da tese de doutorado de sua autora, Emma Silliprandi.

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