Mesa de diálogo marca o início do Encontro Estadual da ASA/PE
Por Lidiane Santos / Comunicadora da Cáritas Brasileira Regional Nordeste 2

Do Litoral ao Sertão, o Encontro, que vai até a próxima quinta-feira (06), acolhe participantes de todos os territórios, que aproveitaram a oportunidade para apresentar vários elementos regionais, como sementes crioulas, mandacarus, artesanatos, instrumentos musicais e até a réplica de uma casa com cisterna. Músicas e poesias também incrementaram o momento de boas-vindas.
Inicialmente, o coordenador da ASA Pernambuco, Alexandre Pires, falou da alegria em receber cada participante e também sobre o cuidado que a comissão organizadora teve com a preparação do evento. “Nós fizemos o possível para comprar os alimentos às famílias agricultoras da região, que serão consumidos nesses três dias,”, disse. Em seguida, desejou um ótimo Encontro a todos e todas.
A programação do primeiro dia contou com a realização de uma mesa de abertura para analisar a atual conjuntura política do país. Antes de começar a discussão, o coordenador geral da ONG Caatinga, Giovanne Xenofonte, que foi o mediador da roda de diálogo, pediu para que alguém expressasse um pouco do sentimento em relação ao atual momento que o Brasil passa.
A quilombola Maria de Lourdes definiu o contexto como um retrocesso. “O atual presidente manchou o que chamamos de democracia. Aprendi que isso representava a vontade da maioria e, assim, fizemos, pois elegemos Dilma, mas o nosso desejo não foi respeitado. Outra coisa que me deixa triste é ver que muitos direitos, que foram conquistados por nós, estão sendo ameaçados e outros tantos já foram cortados”, explicou. Em seguida, a mesa teve início com a participação de uma das representantes da Colegiada do CETRA, Cristina Nascimento, e do coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra em Pernambuco, Jaime Amorim.

Apesar disso, ele ressaltou outras coisas que merecem atenção e ação. “Não podemos ficar tristes por isso. Essa é a hora do povo ir para as ruas. Os brasileiros e brasileiras vão resistir ao golpe. Está chegando um novo ciclo político que vai depender, acima de tudo, do nosso poder de mobilização”, concluiu.
Após este momento, foi a vez de Cristina refletir sobre a postura diante desse contexto. “Precisamos ter clareza de quem somos, de onde estamos e do que queremos. Quando pensamos a partir das nossas conquistas, da ideologia dos movimentos sociais, pensamos, também, diferente da Rede Globo. Precisamos ter consciência do nosso poder enquanto cidadãos, pois o que está ameaçado não é a cisterna, mas a nossa luta por direitos”, disse.
Posteriormente, as falas dos convidados, foram abertas as inscrições para questionários e comentários dos participantes.