Primeiros biodigestores construídos no Sertão do Araripe

O Biodigestor é uma tecnologia social, relativamente simples de ser construída, desenvolvida com esterco bovino, onde através do processo de fermentação, por meio de bactérias é produzido o biogás que é utilizado para cozinhar. Os resíduos que sobram: líquido (biofertilizante) e sólido (adubo orgânico) são utilizados na produção agroecológica. Esta tecnologia vem sendo experimentada em vários territórios do semiárido. No Araripe Pernambucano, recentemente foram implantados, os primeiros: Um no Sitio Lagoa Comprida, Ouricuri e o outro na serra dos Pau Dóias, município de Exu.   No sitio Lagoa Comprida, Ouricuri, a família de Deovania e Adelmir, estão experimentando a tecnologia, com muita satisfação e esperança, e contam que através do acompanhamento técnico que recebem da Ong Caatinga, por meio de uma chamada pública de ATER (Sertão Leiteiro), participam de atividades, como intercâmbios e formações.  Nessas trocas, a família recebeu uma cartilha que mostrava como funciona o biodigestor, e despertou a curiosidade do casal. Buscaram mais informações na internet e outros materiais impressos,  e com o apoio do Caatinga e contribuição da ONG Diaconia, que tem atuação no sertão do Pajeú e trabalha com biodigestores,  Adelmir e  o pedreiro da comunidade, Dival , foram ao sertão do Pajeú conhecer de perto um biodigestor.  Na volta, foi construído na casa de Adelmir e Deovania o primeiro biodigestor do território do Araripe, através de mutirão.   Hoje poucos meses de uso, a família conta que muita coisa mudou, pois eliminaram todo gasto com a compra de gás butano, que tinham e sabem que hoje estão contribuindo com a natureza, pois não emitem mais gases poluentes ao meio ambiente. “ É muito bom saber que a gente esta utilizando uma tecnologia que não tem gasto para nós, que é simples e que não polui, não causa danos ao meio ambiente, estou muito feliz” Conta Deovania ao falar da tecnologia. Adelmir diz que recebem visitas frequentemente para conhecer a tecnologia. “ Muita gente na comunidade, não acreditava que funcionava, que só com o esterco dos animais, a gente não conseguiria produzir tanto gás, e hoje podem ver aqui em casa como funciona e funciona muito bem” Diz Adelmir orgulhoso em poder mostrar aos visitantes que a tecnologia é eficiente. Ressaltam ainda que gostariam que todas as famílias do semiárido, tivessem acesso a um biodigestor, pois além de produzir gás, o biodigestor produz fermentado biológico e adubo orgânico, excelente para as plantas, e isso contribuiria para a preservação ambiental e a vida no bioma Caatinga. Poucos dias depois a família de Silvanete e Vilmar Lermen também construíram a tecnologia em sua propriedade, na Serra dos Paus Dóias, município de Exu.  

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