Agricultores/as do Araripe, adotam prática de plantio em curva de nível

O território do Araripe Pernambucano, é uma região que sofre com a degradação ambiental, muitas áreas desmatadas, deixando o solo cada vez mais empobrecido, e vulnerável a ação das chuvas, vento e sol, que por não ter mais uma cobertura que proteja a terra, as águas e os ventos acabam carregando a matéria orgânica  que está sobre  o solo, deixando desprovido dos nutrientes necessários para produzir bem,  desencadeando um processo de desertificação da região. É comum ouvir nos depoimentos das famílias agricultoras Araripianas que a terra não produz mais como antes, que a terra está fraca. Percebendo essa demanda a ONG Caatinga, que atualmente executa a Chamada Pública de ATER Sertão leiteiro, através da qual acompanha 1.000 famílias, e a chamada pública de agroecologia, onde são acompanhadas 800 famílias resolveu trabalhar com a equipe técnica a prática de plantio em curvas de nível, que  consiste na produção ordenada por meio de linhas com diferentes altitudes do terreno, formando sulcos, onde a água ficará retida por mais tempo. O processo ajuda a conservar o solo contra erosões e retém a água da chuva, fazendo com que ela se infiltre mais facilmente na terra, permanecendo molhada por mais tempo. A equipe vem trabalhando essa técnica com famílias, como a de Marizete e Antonio, da Fazenda Pradicó- Ouricuri/PE, acompanhada pela Chamada do Sertão leiteiro.  Eles contam que a área escolhida para trabalhar curvas de níveis, foi uma das mais degradada da propriedade, onde se percebia claramente a pobreza de nutrientes. “ Hoje já plantamos bastante coisas nessa área e a gente percebe como se desenvolve melhor, ficamos felizes em ver que nossa terra está se recuperando” Conta Marizete ao mostrar a área onde foram feitas as curvas de nível, com os legumes já bastante desenvolvidos. A prática está sendo trabalhada com agricultores/as nos acompanhamentos técnicos realizados junto as famílias acompanhadas, a ideia é que cada vez mais agricultores e agricultoras experimentem trabalhar com plantio em curva de nível, para que assim o território consiga recuperar um maior número de áreas, evitando que o processo de degradação aumente a ponto de se torna uma região deserta.

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