Avanildo Duque da Silva, coordenador de projetos da ActionAid é finalista do prêmio Claúdia 2017

Avanildo Duque da Silva
É coordenador de projetos da ActionAid, ONG que trabalha por justiça social, igualdade de gênero e fim da pobreza
“Desde o início, nossa ideia era adotar uma abordagem que levasse em consideração os direitos das mulheres”, conta Silva, que logo foi chamado pelo Movimento da Mulher Trabalhadora Rural do Nordeste para um encontro em que discutiriam práticas sustentáveis e gênero. Ali, pela primeira vez, teve a chance de não apenas ouvir mas também presenciar a mulher em seu ambiente, com todas as suas necessidades e vontades. “Foi como colocar óculos. Passei a ver melhor, enxergando o mundo pela ótica feminista”, afirma. Entre as demandas, estava a divisão do trabalho doméstico com os maridos. As agricultoras queixavam-se de estar sobrecarregadas, uma vez que várias das tarefas pesadas do campo, como transporte de água para abastecer a casa e o cuidado de animais, eram realizadas por elas também. O agrônomo acolheu tais reivindicações quando elaborava projetos de gestão ambiental. Também passou a assessorá-las na organização do trabalho e na discussão das práticas cotidianas. O trabalho cresceu e apareceu. Assim, Silva começou a ser chamado para colaborar com outros grupos, como o Centro das Mulheres do Cabo e a Casa da Mulher do Nordeste. Graças a sua experiência, em 2007 se tornou coordenador de projetos da ActionAid, ONG brasileira que faz parte de uma federação internacional e trabalha por justiça social, igualdade de gênero e o fim da pobreza. Quatro anos depois, a convite da Secretaria da Mulher de Pernambuco, contribuiu na elaboração do primeiro Plano Estadual de Políticas Públicas para Mulheres Rurais. No ano seguinte, o agrônomo participou, ainda, da criação da Secretaria da Mulher de Recife, colaborando para estruturar o Plano de Ação Estratégica para a Cidade, projeto inspirado na campanha Cidade Segura para as Mulheres, desenvolvida pela ActionAid. “As desigualdades da cultura patriarcal em que vivemos foram construídas com muita violência”, avalia. Não à toa, ele diz que, em qualquer trabalho que realiza, faz questão de dirigir seu foco para a desigualdade de gênero. https://claudia.abril.com.br/indicacoes/avanildo-duque-da-silva/

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