“Planta semente, semente no chão, Guarda semente, alimenta a nação”

Por Kátia Rejane – Comunicadora do Caatinga Com o sentimento de esperança e muita poesias, o II encontro estadual de sementes crioulas de Pernambuco, teve início na manhã da quarta-feira (21) seguindo até a quinta (22). Na mística de abertura agricultores/as das diversas regiões trouxeram sementes carregadas de saber popular, histórias, vivencias, cultura e vida que pulsa no semiárido pernambucano. O debate foi provocado a partir de uma mesa, onde se questionava a importância das sementes crioulas para a convivência com o semiárido: Estratégias e Resistências. As falas trouxeram fortemente o quanto as sementes crioulas representam o conhecimento, o saber popular, a cultura dos povos do semiárido. Agricultores/as trouxeram em seus depoimentos o quanto valorizam suas sementes, por que nelas também está suas histórias. O Programa sementes do semiárido é um dos Programas de formação e mobilização social da Articulação do Semiárido -ASA, para convivência com o semiárido. A ASA fortaleceu de forma direta 712 casas e bancos de sementes no semiárido, das quais no mínimo 20 famílias fazem parte, o que significa que no mínimo 14.240 famílias foram beneficiadas diretamente. Além de tantos outros bancos e casas de sementes espalhados semiárido a fora, que são fortalecidas pelo trabalho das organizações, que compõem a ASA, através da ATER (Assistência técnica em extensão rural). Durante a execução do programa sementes do semiárido, as organizações levantaram informações sobre as sementes presentes nas comunidades, origem, formas de plantio, manejo, colheita e armazenamento, entre tantas informações, destacamos que mais de 50% das sementes estão nos quintais das famílias, e sob o cuidado das mulheres, o que mostra a preocupação que as mulheres ao longo dos anos vem tendo com as sementes, outra informação importante é que a maioria das sementes são provenientes de herança familiar, esse é um dos elementos que justifica o apreço pelas sementes, e o conhecimento de agricultores/as sobre diversas variedades. Outro ponto bastante discutido é o fato das sementes serem forte campo de disputas, ” a partir da revolução verde, os pacotes tecnológicos foram impostos as famílias agricultoras, invadindo a agricultura familiar, na tentativa de negar a cultura dos povos camponesas, essa revolução influencia e tenta invadir a agricultura familiar camponesa até os dias de hoje” diz João Alexandre da coordenação executiva da ASA, pelo estado de Sergipe. São programas como sementes do semiárido, e tantos outros que a ASA acredita que contribuem na construção de conhecimento coletivo e nas resistências dos povos do semiárido. Durante todo o dia aconteceram trocas de sementes e conhecimentos

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