Com o tema Sem sede, sem fome. CAATINGA celebra 30 anos Semeando Vida Digna no Semiárido

por Kátia Rejane

As celebrações pelas três décadas do CAATINGA tiveram início no mês de setembro, durante o encerramento do IV Circuito estudantil de poesias de Ouricuri, com uma feira agroecológica e cultural que promoveu o diálogo campo cidade, através do viés da alimentação saudável.

Durante os meses seguintes, a participação da instituição nas novenas de padroeiros de várias comunidades foi marcada pela leitura da carta dos 30 anos que traz uma reflexão sobre a ameaça da volta da sede e fome ao Brasil e em especial ao Semiárido, provocando a reflexão do momento que vivemos e chamando o povo a se manter na luta e resistência na construção da convivência com a região, garantindo vida digna.

Outro momento marcante, foi um café agroecológico servido aos artistas do território do Araripe, na comunidade da Agrovila Nova Esperança, onde vários artistas, puderam conhecer melhor a produção agroecológica das famílias e se comprometeram a defender e divulgar a importância da agricultura familiar em bases agroecológicas para a economia e alimentação das pessoas do Araripe.

O mês de novembro foi marcado pelo passeio ciclístico, que envolveu mais de 100 pessoas entre homens, mulheres, jovens e crianças que se deslocaram da sede do município de Ouricuri para a comunidade do Teiú, onde puderam saborear um café agroecológico produzido pelo grupo de mulheres da comunidade e suas famílias, foi mais um momento de forte dialogo entre campo e cidade.

Além das atividades planejadas pela comissão de aniversário da instituição, surgiu uma sessão de aplausos promovida pela câmara municipal de vereadores de Ouricuri, a solenidade foi de reconhecimento do trabalho realizado pela a organização durante os 30 anos de existência. E contou com a participação de famílias agricultoras, funcionários/as, sócios/as e parceiros, além de vereadores e vereadoras do município.

“Aplaudir o trabalho do CAATINGA é aplaudir o trabalho da agricultura familiar, é enxergar como uma atividade viável, que precisa de apoio, de investimento, e cada vez menos de políticas compensatórias. A agricultura familiar precisa de políticas públicas, precisa do fortalecimento do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), quase extinto, do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que o município de Ouricuri executa e tem dado condições das famílias agricultoras acessarem e melhorar suas rendas, precisa ter terra pra produzir, precisa de estruturas para captar e armazenar  água”, afirma Giovanne Xenofonte, Coordenador de Políticas Públicas do CAATINGA.

O dia primeiro de dezembro foi marcado por diversas atividades para fechar o ciclo de celebrações, começando pelo programa de rádio Agricultura Familiar em Debate, produzido pelo CAATINGA, que trouxe sócios e sócias fundadores e parceiros da instituição, com depoimentos emocionantes, ainda pela manhã aconteceu o forró na feira, que reuniu vários forrozeiros e poetas  que defendem a cultura popular nordestina, e a noite uma grande festa fechou com chave de ouro as comemorações. 

Com uma ornamentação que trouxe elementos que marcam as três décadas de sua existência, a festa aconteceu no Restaurante Chico Guilherme e a animação ficou por conta de Ana Paula Nogueira, Elmo Oliveira, Leninho de Bodocó, Tacyo Carvalho e Vital Barbosa

A abertura da festa foi animada pelas jovens: Ana Vitória, Isadora Cardoso, Samara Santana e Vanessa Rodrigues. O CAATINGA trabalha com juventudes e tem interesse em apoiar e promover a sucessão cultura do Araripe. O momento foi de reencontro, celebração e partilha. “É uma grande alegria celebrar com o CAATINGA, esses 30 anos de tanta coisa boa!”, disse Tacyo Carvalho, cantor e compositor. A avaliação dos participantes é que foi uma festa muito bonita e construída por muita gente! 

 

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