O Sertão do Araripe conta com 50 novos Juristas Populares

No Araripe pernambucano, assim como nos demais territórios brasileiros, a luta por direitos é constante, porém o acesso aos mecanismos da justiça, às vezes parece distante da realidade da população, especialmente a população mais carente. Neste cenário, o Curso de Formação de Juristas Populares, se apresenta como uma possibilidade interessante. Iniciativas como essa são comuns em alguns estados do País. 

No território do Araripe, um curso de Formação para Juristas Populares aconteceu na década de 80. Com a iniciativa do advogado Carlos Afonso, do município de Bodocó, e alguns agentes populares. Naquela ocasião o curso formou sindicalistas e lideranças comunitárias. “Naquela época o único advogado do curso era eu, hoje contamos com a contribuição de oito juristas, por isso digo a vocês: multipliquem conhecimentos”, afirma o advogado, que mais uma vez tomou a iniciativa de realização do curso e propôs ao CAATINGA, que formou um núcleo para montar a grade e selecionou lideranças do território para participar.

O curso modular, com 42 horas contou com oito encontros e trabalhou os direitos: Civil, Penal, Constitucional, Previdenciário, Ambiental e Administrativo. Os novos juristas populares do Araripe são mulheres, jovens e homens de sindicatos, movimentos, associações e conselhos que atuam diretamente nas comunidades, na promoção de acesso a direitos. O último módulo e entrega de certificados aconteceu no sábado (03/08). Na avaliação dos participantes o curso será útil e fará brotar frutos. “Esse curso tem finalidade importante para cumprir o que Jesus disse: fazei boas obras para engrandecer o pai que está no céu. E ajudar irmãos e irmãs a acessar direitos é sem dúvida um ato de engrandecer o Pai”, diz Francisco Brígido (Ticão), sindicalista do município de Exu e liderança das comunidades eclesiais de base. 

Depois de formado, o Jurista Popular está apto a fazer os principais encaminhamentos no meio jurídico, mesmo não podendo atuar como advogado, além de orientar os cidadãos para os órgãos competentes para resolverem seus problemas judiciais e extra-judiciais.

 
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