Agricultura familiar do Araripe produz 32 toneladas de algodão agroecológico

                                                                                                      Por Kátia Rejane

O Araripe pernambucano nas décadas de 70 e 80 era conhecido como um território de forte produção de algodão, agricultoras e agricultores familiares que produziram nessas décadas falam desse período como um tempo de fartura, porém a chegada da fibra sintética fez com que os preços do algodão caísse e a invasão do bicudo às lavouras de algodão foram dizimadas.Acreditava-se que não era mais possível produzir algodão, no entanto, nos últimos anos, o resgate dessa produção vem acontecendo com sucesso, as famílias agricultoras não produzem mais algodão como antes, no sistema de monocultivo, a produção agora em consórcios de culturas.

O Projeto Algodão em Consórcios Agroecológicos, no Sertão do Araripe, é realizado pela Diaconia, em parceria com o CAATINGA, CHAPADA e a Eco Araripe, com apoio da Fundação C&A. No entanto, envolve famílias agricultoras de outros territórios: Sertão do Pajeú, Sertão do Cariri (PB), Serra da Capivara (PI), Sertão do Apodi (RN), Alto Sertão de Alagoas e Sergipe.

Na safra de 2019 o projeto envolveu 42 grupos de produção, totalizando 308 famílias envolvidas, mas apenas 130 famílias conseguiram produzir em função das condições climáticas. A expectativa é que em 2020 todas as famílias envolvidas consiga produzir, pois este é um ano que tem chovido bastante, além do algodão as famílias colheram gergelim, milho, feijão, andu, amendoin, abóbora e melancia. A perspectiva para 2020 é de 25 mil quilos de algodão em pluma.

Depois de produzida 32 toneladas de algodão em rama, colhido e beneficiado, na última sexta feira (13), a produção de 12.565 quilos de pluma de algodão foi despachaao para o estado do Rio Grande do Sul, de lá será fiado e enviado para a França, para a produzir produtos da empresa Vert Veja.

Para Allexandre Holanda, técnico do CAATINGA, a expectativa é de uma boa produção para a safra de 2020. “Estamos otimistas para a produção desse ano, já começamos a fazer as formações nos grupos de agroecologia, as chuvas em todo o território são boas e as famílias agricultoras estão animadas”

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