Alimentação adequada e organismo saudável ajudam no combate de doenças como o Coronavírus


Alimentação agroecológica é aliada para manter organismo saudáve. Foto: Kátia Rejane

Já se completaram sete meses que o Coronavírus fez seu primeiro caso no Brasil e, neste mês de setembro, já são mais de 4 milhões e 300 mil de casos no país e o número de mortes já passou dos 132 mil. A imensa desigualdade que caracteriza a sociedade brasileira está escancarada desde os primeiros casos pandemia, não que antes ela estivesse encoberta, mas revelou ainda mais a situação de pobreza que vive uma grande parte da população. 

E esse contexto de pobreza está diretamente relacionado com a fome no país, que já teve índices mais baixos, mas que sempre existiu em números preocupantes, o que também é terreno fértil para que vírus como a Covid-19 continue se alastrando. Isso porque o acesso à alimentação de qualidade contribui para a prevenção de doenças e também é importante contra o Coronavírus.

A nutricionista e integrante do Conselho Estadual de Segurança Alimentar de Pernambuco (Consea-PE), Sônica Lucena Andrade, coloca que uma das perguntas que mais chegam a ela sobre a Covid-19 é se existe algum alimento ou receita que previna ou cure o vírus. “Até o momento não há nenhum medicamento, uma substância, uma vitamina, um chá, um alimento ou uma vacina que possa prevenir ou curar a infecção pelo novo Coronavírus, mas recomenda-se a prática de uma alimentação mais saudável”, explica.

Sônia afirma também que uma alimentação saudável e adequada é Direito Humano básico de todas as pessoas e que isso envolve “a garantia ao acesso permanente e regular de uma forma justa e uma prática alimentar adequada aos aspectos biológicos e sociais do indivíduo”, como coloca o Guia Alimentar da População Brasileira. Ou seja, a alimentação acessada deve fazer parte da cultura alimentar da população, mas também estar disponível independente das condição financeira.
“Deve ter harmonia na quantidade e qualidade que atenda todos os princípios de variedade, equilíbrio, moderação e prazer, baseada em práticas produtivas adequadas e sustentáveis”, pontua. 

Mas além da alimentação, outro elemento é essencial para a garantia de um organismo saudável, a prática de atividade física e a ingestão de bastante líquido. “Uma outra coisa importante pra gente se prevenir da doença é tomar uma grande quantidade de água e fazer alguma atividade física em um lugar seguro onde a gente não tenha contato com outras pessoas aglomeradas. Por exemplo, caminhar em um lugar aberto é um exercício em que as pessoas não pagam nada e que podem fazer em um horário em que estão sozinhas ou com poucas pessoas por perto”, diz a nutricionista. 

Sônia alerta para o consumo de alimentos processados, ou seja, industrializados. “Eu queria lembrar a vocês que nenhum alimento é proibido de ser consumido se por acaso você tem Covid. Mas com ou sem Covid, a gente deve sempre evitar alimentos que tenham muitas gorduras saturadas e outras gorduras que estão presentes como na margarina, no biscoito recheado e na maioria dos alimentos que são industrializados. Essas comidas que são prontas e vendem congeladas devem ser ao máximo evitadas. Porque elas prejudicam nosso sistema de defesa”.

Sobre que alimentos ajudam a manter a defesa do organismo na prevenção de doenças, Sônia é enfática: “Os bons hábitos, como o consumo e alimentos saudáveis, devem ser preferencialmente sem o uso de veneno. Por isso que temos insistido muito que as pessoas comprem alimentos que sejam produzidos de forma agroecológica. Em alguns municípios nós já temos essa experiência  e temos também a certeza de que não há uma diferença muito grande de preço entre um alimento orgânico ou produzido de forma agroecologia de um alimento que é produzido de forma convencional”.

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