A agroecologia também cuida dos solos
Por Kátia Rejane
O cuidado com a conservação do solo é um princípio da agroecologia. No Brasil, o empobrecimento dos solos é uma realidade que atinge vários territórios.
A erosão é uma das principais causas de empobrecimento do solo, é um processo em que as chuvas e vento arrastam partículas. Para garantir a cobertura do solo e permanência de seus nutrientes, é necessário práticas que impeçam esse deslocamento das partículas. Manter o solo com sua vegetação é uma possibilidade bastante interessante, por isso os Sistemas Agroflorestais – SAFs são tão importantes nesse processo, e pensar o plantio em curvas de níveis também, ou seja, preparar o solo no formato que dificulte esse processo de arrastar as partículas.
Para isso, é necessário identificar o caminho das águas no terreno onde será feito o plantio e fazer as marcações das curvas de níveis contrário ao caminho das águas. A ideia é que as curvas dificultem o arrasto de partículas e que permitam o acúmulo dessas no solo e assim o mantenha rico e fértil.
Com esse entendimento, a família de Lena e Sebastião Alves, no sítio Lagoa Comprida, solicitou ao CAATINGA o auxílio na marcação de curvas de nível em uma área que a família pretende implantar um Sistema Agroflorestal, mesmo sendo um terreno de baixa declividade, a família agricultora entende que é necessário práticas que protejam o solo.
Assim, parte da equipe técnica do CAATINGA passou um dia na propriedade da família auxiliando nas marcações e construindo conhecimento coletivo sobre os processos de conservação de solo. Para Sebastião Alves, conhecido como Barrim, é imprescindível fazer um planejamento do sistema que conserve o solo. “Nós queremos expandir o Sistema Agroflorestal para essa área, mas acreditamos que é necessário em primeiro lugar práticas que protejam o solo e por isso solicitamos a equipe do CAATINGA que nos auxilie nesse procedimento”, afirma o agricultor.
O dia foi bastante produtivo, além do casal de agricultores, a atividade envolveu os jovens Guilherme e Gabriel Delmondes, filhos do casal e o pequeno Mateus de apenas 8 anos. A agroecologia atrai gerações.