Assessoria técnica em tempos de pandemia é tema de webinar realizado pelo CAATINGA
Pesquisa em parceria com o FIDA sistematizou experiências de Ater Remota no Brasil e em mais dois países
Por Sara Brito
A assessoria técnica e extensão rural é uma prática que sempre se desenvolveu no diálogo entre pessoas, na presença compartilhada entre técnicos e técnicas e agricultores e agricultoras. Como dar continuidade a esse trabalho então num momento de pandemia em que o distanciamento social é recomendado? Foi o que o CAATINGA tentou responder através de pesquisa realizada em parceria com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e que será discutida no próximo dia 24/03, às 15h, no webinar “ATER Remota: limites, desafios e potencialidades”, que será transmitido ao vivo através do canal do Caatinga no YouTube.
A pesquisa realizada em 2020 se debruçou sobre como as práticas de Ater estavam sendo realizadas no período da pandemia, a partir de estudo de experiências e entrevistas com gestores, técnicos/as e famílias assessoradas por sete organizações da sociedade civil e órgãos governamentais brasileiros (CAATINGA, Sasop, Cetra, IComradio, IPA, Emater-PI e Ematerce) e duas internacionais (Fundación Capital, da Colômbia, e o Ministério da Agricultura de Moçambique). A pesquisa culminou em um relatório e também numa cartilha que será lançada no webinar e que apresenta os aprendizados, dicas, limitações e recomendações que a pesquisa trouxe.
“Tanto os técnicos quanto as famílias tiveram que se ajustar para manter esse relacionamento e essa troca de informações presentes na assessoria técnica. Os técnicos e técnicas tiveram que ter melhores aparelhos e usar algumas plataformas, especialmente o Whatsapp, muito utilizado nesse momento. E as famílias também tiveram que buscar acesso à internet, muitas delas pagando planos de internet”, afirma Paulo Pedro de Carvalho, coordenador geral do CAATINGA, organização responsável pela realização da pesquisa. Paulo destaca a importância da rede social Whatsapp, que teve seu uso intensificado no período de pandemia, com a utilização de grupos com a presença da equipe técnica e das famílias agricultoras para o compartilhamento de fotos e vídeos e a realização de chamadas de vídeo através da rede social que facilitaram a comunicação nesse período.
Outro meio de comunicação que teve destaque na pesquisa como ferramenta de Ater Remota foi o rádio, através dos programas mantidos por algumas organizações como o CAATINGA, o Cetra e o Sasop, para o compartilhamento de informações sobre assuntos de interesse do dia a dia das famílias agricultoras, inclusive sobre cuidados e prevenção contra o novo coronavírus.
“A pesquisa mostrou principalmente que a ATER Remota não substitui a ATER presencial, mas ela complementa, ela potencializa a ATER presencial. Uma das limitações ainda é de que o acesso à internet é para poucas famílias e para quem tem acesso, o sinal da internet ainda é fraco. Então isso remete a uma grande luta para que políticas públicas garantam o acesso a todas as famílias à uma internet de qualidade”, explica Paulo Pedro. No webinar “ATER Remota: limites, desafios e potencialidades”, que contará com a presença de representantes das organizações que participaram da pesquisa, além de depoimentos de técnicos/as e agricultores/as, serão discutidos esses e outros resultados da pesquisa, além das recomendações propostas por ela.
Você pode assistir à transmissão do webinar no dia 24/03, a partir das 15h através do canal do CAATINGA no youtube: youtube.com/caatingaong.
Foto: Afonso Cavalcanti/CAATINGA