Campanha SOS Sertão do Araripe arrecada doações para distribuição de alimentos em parceria com o CAATINGA

Nos últimos anos a insegurança alimentar cresceu assustadoramente em todo o Brasil, ou seja, milhares de pessoas não têm acesso regular e permanente a alimentos em quantidade e qualidade suficientes para sua sobrevivência. 

A Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional – Rede Penssan, aponta que a insegurança alimentar grave – ou seja, a fome – atinge 9% da população no Brasil. Os resultados de pesquisa realizada pela Rede Penssan evidenciam que, em 2020, a insegurança alimentar e a fome no Brasil retornaram aos patamares próximos aos de 2004. A pesquisa “Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil”, elaborada pela Rede Penssan, mostra que o Brasil retrocedeu 15 anos em cinco, voltando a ter a fome como problema estrutural*.

Parte da população do Semiárido brasileiro também tem sido atingida pela insegurança alimentar grave. A partir de uma visita na região do Araripe, um grupo de amigos e usuários da plataforma Tik Tok, deparou-se com algumas situações de famílias em situação de vulnerabilidade social e resolveram se unir para ajudar com a questão emergencial da falta de alimentos nessas famílias criando a campanha de doação chamada SOS Araripe. Buscando por organizações que trabalhassem na perspectiva dos Direitos Humanos na região, chegaram até o CAATINGA, que se disponibilizou a fazer com que os alimentos adquiridos através das doações cheguem diretamente às famílias. 

Para mobilizar mais pessoas para doar, escreveram o seguinte apelo no intuito de mostrar a perspectiva e urgência da campanha SOS Araripe:  

Empatia é a palavra que define e estrutura o projeto “SOS Sertão do Araripe”. Esse projeto, instaurado no coração mais quente do nosso país, o sertão nordestino, é uma ação de um grupo de pessoas comprometidas com a dor alheia. 

Um dos membros do grupo perdeu-se e encontrou-se por caminhos de sol e seca. Esse amigo, aqui conhecido como Mandacaru, um cacto forte sertanejo, ao pedir informações numa casa simples se espantou com a pobreza extrema que assolava uma família específica, mas tão igual a tantas outras neste tempo pandêmico em que vivemos. 

Uma mãe, uma filha e seus quatro netos, quatro brasileirinhos se alimentando de palma, uma planta amarga que serve de comida ao gado, quando o capim bom não nasce no solo seco. O pai das crianças morreu longe, entregue ao trabalho da cidade grande. Nem arroz nem feijão, só palma e lágrima. O cenário, desolador, machucou como faca as entranhas de nosso amigo ao ouvir um pedido da mãe: “Leva dois dos meus quatro filhos para que eles não morram de fome”. 

Não levou os filhos, providenciou alguma comida e trouxe, à plataforma do Tiktok aquela dor, em torno desse triste fato, um amontoado de amigos se juntaram nesta ação que ora se consolida. Um grupo de amigos, com várias vertentes ideológicas, mas com um sentimento comum: a empatia. 

Organizados em caráter de urgência, sem denominação política partidária, numa causa puramente humanitária, pessoas do Brasil inteiro, diversas e por isso iguais, pensaram em como aliviar a dor da fome de brasileiros fadados ao esquecimento.

Com um objetivo claro e urgente, pois a fome não espera, juntamo-nos à ONG Caatinga, que já atua em Ouricuri, organizamos as questões legais e práticas, como a instauração de uma conta bancária cujo acesso é exclusivo da referida ONG, para que essa instituição possa receber as doações e transformá-las em comida no prato. 

1 real, ou mesmo um tantinho mais. Um trabalho de formiguinha que pode se agigantar e saciar o vazio que assusta, dói e mata mulheres e meninas, meninos e homens, brasileiros sem força pra lutar numa guerra sem glória. 

Como ajudar? Qualquer valor, apenas um pix e vidas serão alimentadas. 

Seu real vale mais para quem tem menos.

SOS SERTÃO DO ARARIPE
COMO DOAR?
PIX: caatinga@caatinga.org.br
DADOS BANCÁRIOS:
Banco do Brasil (001)
AG: 2371-X (Ouricuri/PE)
CC:  33961-X

*Fonte: https://www.brasildefato.com.br/2021/06/30/afinal-o-brasil-esta-ou-nao-no-mapa-da-fome-da-onu

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